Enem vaza e ministério anuncia cancelamento do exame

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A decisão foi tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após ter sido alertado pela reportagem do Estado de S.Paulo sobre a quebra do sigilo do exame. Prova deve ser aplicada em 45 dias

O vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou o Ministério da Educação a cancelar nesta madrugada a prova, que seria aplicada no fim de semana para 4,1 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País. A decisão foi tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após ter sido alertado pela reportagem do Estado sobre a quebra do sigilo do exame. “Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance”, afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, por volta da 1 hora, por telefone.

Na tarde de quarta-feira (30) o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. “Isto aqui é muito sério, derruba o ministério”, afirmou o homem.

O Estado consultou rapidamente o material, para checar sua veracidade, sem se comprometer com a compra. Haddad, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem. A comprovação da fraude se baseou em elementos repassados ao ministro pela reportagem, via telefone e e-mail. As questões originais estavam guardadas em um cofre, que foi aberto quarta-feira à noite para confirmar a informação.

O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu quarta à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas.

“Ninguém aqui é bandido, ninguém tem ficha na polícia, nós dois temos emprego”, disse o homem. Ele afirmou que recebeu o material “de Brasília, de gente do Inep, do MEC (Ministério da Educação)”. Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro. “Não tenho motivação política.” Ele afirmou que procurou um advogado para orientá-lo. “Registramos em cartório cópias das provas.

Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. “Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada.” Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. “A gente vende isto aqui até por mais dinheiro”, disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV.

Novo exame

O MEC tem uma outra versão da prova do Enem pronta para substituir a que foi cancelada. A expectativa do ministério é realizar o exame em 45 dias. Como a metodologia do Enem exige que as questões sejam pré-testadas, o Inep tem um banco com cerca de 1,8 mil delas. O exame mudou este ano para funcionar como vestibular unificado nacional: 24 universidades federais tinham abolido seus processos seletivos em favor do novo Enem.


Esse Enem vai acabar nas mãos do Cespe...

2 comentários:

Anônimo,  1 de outubro de 2009 às 11:11  

Só tonto mesmo para acreditar que esses exames e concursos da vida não vazam SEPRE. Eu só não posso é provar, mas que sempre (eu disse SEMPRE)alguns são aprovados na base dos pedidos, da armação, está na cara. Claro que um ou outro é aprovado sem pedido ou indicação de ninguém, mas isso ocorre só para disfarçar a coisa, dá aparência e seriedade a algo que não é, nunca foi e jamais será sério neste país (e em quase todos os países).Acham que se um Sarney da vida, um Lula da vida, pedir a aprovação de alguém vão deixar de antender? Mas nem que a galinha nasça dentes.Se descaradamente eles colocam pessoas nos cargos públicos, acham que vão deixar de colocar por meio de um concurso ou exame fajutos sem que ninguém desconfie de nada? Eu não confio em nada neste país, mas EM NADA MESMO, até de mim eu desconfio, essa é a verdade, pois nunca fiz nada porque nunca pertencio ao ambiente dessa raça (principlamente a política, embora nãos eja a única).

Anônimo,  1 de outubro de 2009 às 16:42  

Caramba, o cara vê sujeira até nele próprio, é mole? Mas eu compreendi bem a revolta dele (ou dela),é revoltante mesmo a sujeira que existe por este Brasil a fora.Dá nojo mesmo!!!

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