Projeto pretende melhorar o índice de aprovação na OAB

domingo, 30 de agosto de 2009

A Rede de Ensino LFG acaba de fechar parcerias com 52 faculdades de Direito brasileiras para ministrar aos sábados aulas de revisão das disciplinas jurídicas exigidas no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, inclusive as mais recentes (Direito Ambiental, Direito do Consumidor, Direito Internacional, Estatuto da Criança e do Adolescente e Ética Profissional). Assim, alunos do último ano da graduação, isto é, do 10º semestre, poderão participar das aulas todos os sábados, até 5 de dezembro, na própria faculdade.

Segundo o diretor-presidente da Rede LFG, Luiz Flávio Gomes, o projeto, que recebeu o nome de OAB na Faculdade, foi idealizado com a preocupação de melhorar a aprovação dos recém-formados no curso de bacharel em Direito, no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Nos últimos anos não têm sido satisfatórios os índices de aprovação para o exame da Ordem”, diz Luiz Flávio Gomes. “Se avaliarmos o resultado da última prova para a seccional paulista da OAB, quando 88% dos candidatos foram reprovados na primeira fase, registrando o pior índice da história, nossa preocupação já se justifica.”

A meta com esse projeto é aumentar em 50 a 70% a aprovação dos alunos na prova da primeira fase do exame. “Somos especialistas neste exame, da Cespe/UNB, desde 2004 e já conseguimos atingir essas metas nos cursos ministrados nas 350 unidades da Rede de Ensino LFG”, afirma Luiz Flávio Gomes. Para ele, a OAB na Faculdade pode ainda auxiliar os alunos a obter notas mais altas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

O curso OAB semanal será ministrado aos sábados, das 8h às 14h e terá aproximadamente 144 horas/aula com as disciplinas exigidas nos exames da OAB. São elas: Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Penal, Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Comercial, Direito do Consumidor, Direito Ambiental, Direito Internacional, Direito Tributário, Ética Profissional e Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, haverá 39 horas/aulas destinadas ao Curso de Resolução de Questões, semanalmente que servirá para que os alunos se preparem e revisem o conteúdo.

Fonte: Adjori/SC

Para o LFG essa parceria é muito boa, um verdadeiro reconhecimento da qualidade do curso que é considerado por muitos o melhor do Brasil. Agora, para essas faculdades, ela é uma colossal vergonha.

Como uma faculdade aceita que um curso particular dê aulas dentro de suas instalações para preparar seus alunos para o Exame de Ordem? Por um acaso essa não é a função dessas instituições? Essas faculdades simplesmente estão colocando um terceiro para atender exatamente sua atividade-fim: Ensinar o próprio Direito!!!

Só não fico muito espantado porque neste País nada surpreende muito. O pior mesmo é tratarem isso como sendo uma grande parceria, algo excelente e excepcional para os alunos dessas instituições, quando, na verdade, apenas é um atestado de o ensino jurídico daquela mesmas instituições, até o momento, foi no mínimo insatisfatório, para não usar outros adjetivos menos honrosos.

Só queria saber o nome dessas 52 faculdades para ver como seus alunos vêm se portando até agora no Exame da OAB. Não é preciso ser um gênio da lâmpada para adivinhar a resposta.

Com a palavra, o MEC.

9 comentários:

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 12:13  

Caro administrador do blog,
Não sei quando vc tirou a OAB, mas hj a prova não testa conhecimento, ela tem a função de reprovar ao máximo. Eu faço o curso do LFG e eles te ensinam a passar na prova e não ensinam direito. O direito é uma ciência pra se aprender a vida toda. Não sou contra o exame, sou contra o jeito como ele é aplicado. Ele tem o formato do vestibular, ocorre que o vestibular já não é usado na maioria dos países. Conheço gente que se formou na USP e não passou de primeira, isso é relativo. O Luiz flávio tá certo, se o mercado pede isso, vamos enfrentar. Avante avante!

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 14:58  

O LFG é o maior empresário que nós temos no país, a idéia dele é ganhar dinheiro, está de parabéns.

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 15:07  

O problema não é falta de cursos. No Brasil existem dezenas de cursos preparatórios pa o exame de ordem e todos eles, com raras exceções, são muito bons. O alto indice de reprovação consiste no fato de a maioria dos bacharéis ser formada por analfabetos funcionais (e esse problema os cursos não solucionarão).O percentual de aprovação só passará a ser alto se um dia o ingresso na faculdade for por meio de processo de seleção sério e que realmente só permita a aprovação nos vestibulrares de quem tiver um mínio de condição (esolaridade) para cursar uma faculdade de direito e aí, se isso acontecesse, nem precisaria existir o exame de Ordem, pois os bacharéis seriam realmente qualificados ao exercício da profissão. Como está podem criar o curso que for que os percentuais de aprovação continuarão ridículos.

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 16:26  

Os cursinhos já substituem as faculdades há muito tempo, mas só agora resolveram admitir escancaradamente que realmente precisam de intermediários.

Essas faculdades deveriam ser fechadas!

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 21:57  

Anônimo das 12h13min,

Concordo plenamente! A faculdade não é voltada para a OAB, mas para o DIREITO. Cursinho (LFG, por exemplo) não leciona DIREITO, mas sim OAB. Desde quando você aprende "macetes" de provas de exame da ordem em faculdade? Com toda sinceridade, caro Administrador do Blog, jamais aprendi na faculdade dicas que me salvaram no exame e que serviram de base para minha aprovação. Na faculdade discutimos doutrina, prática, sem nos atermos aos detalhes de cada tipo de peça. Enfim, questões muito aquém dos macetes do exame propriamente dito. Já em cursinho, diga-se de passagem - LFG - muito embora tenha gasto com dois cursos, haja vista ter sido reprovado na primeira tentativa, não fosse ele, não teria sido aprovado. Aliás, eu não sabia fazer uma petição inicial razoável. Nada obstante, aprendi a fazê-la em cursinho. Se existe maracutaia com exames da oab e cursinho, ou faculdades com cursinho, eu não sei. A questão é, que cursinho ajuda muito, tanto é que, os professores quase sempre acertam a probabilidade de uma peça cair. Ou seja, quem não tem dinheiro para pagar um LFG, por exemplo, acaba se prejudicando muito, isso pelo fato de as faculdades de direito não passarem para o estudante os macetes de exame da ordem, que hoje somente aprendemos em cursinho. No tributário, como foi o meu caso, eu não entendia nada, nada mesmo, na faculdade. Mas quando optei por fazer tributário no LFG me dei muito bem, aprendi a aplicar o direito material e a fazer petição inicial das mais variadas ações. O que nunca aprendi na faculdade, ou não estou me lembrando de ter aprendido, por exemplo, a saber quais os tipos de pedidos de cada tipo de ação na área tributária. Defendo o cursinho nas faculdades, ele é essencial. Não que eu esteja puxando saco do LFG, mas, quem puder pagar por um cursinho, como este, vale a pena. Não somente pela parte prática que você aprende, fazendo peças, enfim, mas também pela objetividade, sem aquela discussão doutrinária que ficamos vendo nos 5 anos de faculdade. Portanto, essa é uma dica que dou as futuros examinandos. Depende de muita sorte também, aquele "bom humor do examinador". Mas, não adianta só o bom humor dele, você tem que saber português jurídico na palma da mão, aliás, qual examinador que gostaria de ler "excessão" com "ss", por exemplo? Nenhum né! É fatal! Assim como é fatal, também, só para uma questão de exemplo, você protestar provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos no Mandado de Segurança, isso é óbvio que ninguém vai pedir, certo?! Mas, saber que aquele sinalzinho que você indica o valor real "$", caso você trace com dois riscos verticais, você sabe que o valor da causa deixou de ser em moeda real e passou a ser em dólar, certo?! Isso parece ridículo, mas eu mesmo perdi ponto no meu primeiro exame, talvez por ter feito isso, por distração. Essas coisas, quem te ensina na faculdade? Nem o papa te ensina isso! A única dica que deixo aos colegas é isto... faça um curso preparatório se tiver a oportunidade. A aprovação pode não vir (como aconteceu comigo na primeira vez), mas uma hora pode chegar, e tenho certeza absoluta que cursinho ajuda, e muito! Abraços e boa sorte pessoal!

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 22:59  

"Só queria saber o nome dessas 52 faculdades para ver como seus alunos vêm se portando até agora no Exame da OAB. Não é preciso ser um gênio da lâmpada para adivinhar a resposta."
Então diga-nos: Quais são as 52 faculdades?

Anônimo,  30 de agosto de 2009 às 23:40  

Concordo com o Maurício, Faculdades que aceitarem essa parceria estão assinando um atestado de incompetência e deverão ser processadas por seus alunos e bacharéis.

Anônimo,  31 de agosto de 2009 às 10:22  

É trite. Antes as faculdades não conseguiam formar cabeças pensantes, hoje as faculdades não conseguem formar nem os "decoradores do direito", até para isso precisam de um cursinho. Cade o MEC!?

Anônimo,  31 de agosto de 2009 às 11:56  

Estudei na UFC (Universidade Federal do Ceará) e, como muitos colegas, impetrei mandado de segurança contra o presidente da OAB do CE para poder fazer o exame antes mesmo de colar grau, passei logo nessa primeira vez (2009.1), sem precisar me descabelar estudando (só fiz umas 3 ou 4 provas passadas). Sinceramente, não acho o exame difícil, pra quem estudou durante a faculdade, mas pra quem quer estudar tudo o que deveria ter visto na acadêmia nos 3 meses que antecedem a prova, realmente, não tem resumão que dê jeito. Disso, só dá pra concluir que ao firmarem convênio com o LFG essas faculdades assinam o atestado de que não conseguem formar um bacharel que se preze. Acho que quem não consegue passar na primeira ou segunda vez não deve se revoltar contra o exame ou contra a OAB, mas contra a própria instituição que estudou e contra o MEC, que autoriza o estabelecimento de cursos superiores de Direito sem atentar pra qualidade do ensino que será ministrado.

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