Os valores das inscrições praticados por cada seccional

Ao elaborar a lista abaixo, fiquei me perguntando qual o critério usado pelas seccionais para definir o valor da taxa de inscrição no exame, pois não vislumbro nenhum motivo que justificasse a existência de tantas discrepâncias. Na Bahia, o bacharel terá de desembolsar R$ 120,00, já em Rondônia, o "mesmo" bacharel pagará o estratosférico valor de R$ 250,00, sendo que se trata, rigorosamente, da mesma prova.

Essas variações decorrem de algum problema de logística? Se fosse por isso, certamente o valor mais elevado seria o do Estado de São Paulo, que concentra o maior número de candidatos em uma ampla e difusa base territorial, porquanto congrega o maior número de instituições de ensino.

Seria a questão da distância? Enviar as provas em um avião para qualquer lugar do Brasil não pode, por si só, implicar em variações tão elevadas. Comparem, por exemplo, os valores cobrados nos Estados do Amapá, Goiás, Rondônia e Rio Grande do Sul, tomando sempre como referência a cidade de Brasília, sede do Cespe. Não dá para entender, ainda mais que o valor cobrado na própria Capital Federal não é o mais baixo, quando deveria sê-lo.

O número de inscritos por seccional tem influência na composição do valor? Se assim fosse, São Paulo cobraria o menor valor, por oferecer mais inscritos, o que não é o caso.

Será que as seccionais se financiam com o exame, daí então a discrepância? O valor da inscrição certamente deve cobrir os custos operacionais e remunerar o Cespe, que elabora e aplica a prova, mas não poderia financiar as próprias seccionais, se esse for o caso. Isso é papel adstrito à anuidade cobrada dos advogados. Afinal, é uma Ordem de advogados e não de bacharéis. Um valor de inscrição elevado prejudica quem está buscando uma colocação no mercado profissional, pois, na teoria, o bacharel ainda não tem emprego. Em suma, o valor da inscrição tem de ser o menor possível.

De toda forma, como o exame é unificado, sob a gerência da mesma empresa em todo o Brasil, seria muitíssimo justo que os valores cobrados dos bacharéis fossem iguais, ou o mais próximo disso. Não faz sentido algum cobrar R$ 250,00 em Rondônia e R$ 120,00 na Bahia.

Vejamos os valores:

Seccional do Acre - R$ 200,00 (duzentos reais)

Seccional de Alagoas - R$ 160,00 (cento e sessenta reais)

Seccional do Amapá - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Seccional do Amazonas - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Seccional da Bahia - R$ 120,00 (cento e vinte reais)

Seccional do Ceará - R$ 155,00 (cento e cinquenta e cinco reais)

Seccional do Distrito Federal - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Seccional do Espírito Santo - R$ 130,00 (cento e trinta reais)

Seccional de Goiás - R$ 180,00 (cento e oitenta reais)

Seccional do Maranhão - R$ 165,00 (cento e sessenta e cinco reais)

Seccional do Mato Grosso - R$ 180,00 (cento e oitenta reais)

Seccional do Mato Grosso do Sul - R$ 200,00 (duzentos reais)

Seccional do Pará - R$ 140,00 (cento e quarenta reais)

Seccional da Paraíba - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Seccional do Paraná - R$ 143,00 (cento e quarenta e três reais)

Seccional de Pernambuco - R$ 140,00 (cento e quarenta reais)

Seccional do Piauí - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Seccional do Rio de Janeiro - R$ 145,00 (cento e quarenta e cinco reais)

Seccional do Rio Grande do Sul - R$ 130,00 (cento e trinta reais)

Seccional do Rio Grande do Norte - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Seccional do Rondônia - R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)

Seccional de Roraima - R$ 200,00 (duzentos reais)

Seccional de Santa Catarina - R$ 200,00 (duzentos reais)

Seccional de São Paulo - R$ 180,00 (cento e oitenta reais)

Seccional de Sergipe - R$ 140,00 (cento e quarenta reais)

Seccional do Tocantins - R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)