Só sistema de cotas pode frear "conto do vigário educacional", diz Cezar Britto

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, saiu hoje (04) em defesa da utilização do sistema de cotas nas universidades brasileiras e afirmou que somente por meio das cotas educacionais será possível reduzir as desigualdades e abrir acesso para que o pobre possa estudar em uma instituição de ensino de boa qualidade. "Quem chega à boa faculdade, aquela que aprova de 80% a 97% no Exame de Ordem é quem teve ensino médio e fundamental de qualidade. Naquela instituição que reprova 100% é onde está o office boy, que paga o que não pode em busca de ensino para ascender socialmente e acaba sendo vítima de estelionato educacional", afirmou Britto. "Essas faculdades de baixa qualidade, que buscam meramente o lucro, praticam o conto do vigário educacional".

A defesa ao sistema de cotas foi feita pelo presidente nacional da OAB durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), realizada no Itamaraty com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na reunião, em que foram debatidas as políticas do governo federal em vários campos, Britto destacou que só quem tem acesso hoje às faculdades de boa qualidade e, por essa razão, conseguem aprovação no Exame de Ordem e nos concursos são os que tiveram acesso a ensino e boas oportunidades de estudo.

"Só tiveram acesso a uma educação de nível os meninos que têm acesso a livros, à Internet, que falam línguas, que vão de carro para a escola. São esses os que conseguem entrar na universidade e, depois, serem bem sucedidos nos concursos", explicou o presidente da OAB. "Só será possível fazer com que também os pobres tenham acesso a este ensino se houver o sistema de cotas. Só por meio dele se poderá viabilizar a ascensão dos mais pobres por meio do saber".

Ao defender a aplicação do sistema nas universidades pública e criticar a recente decisão judicial que suspendeu as cotas nas universidades do Rio de Janeiro, Britto sugeriu que o tema seja debatido de forma ampla nas próximas reuniões do CDES. "Se não tivermos cotas educacionais no Brasil, vamos fazer com que somente daqui a 20 anos tenhamos igualdade efetiva neste país. Só poderemos corrigir essa distorção se o sistema de cotas for implementado urgentemente".


Eu também acho que o sistema de cotas é importante, mas seria realmente esse o caminho para combater o chamado "estelionato educacional"?

Óbvio que não...

É muito mais fácil transformar o sistema de cotas como "solução" para o "conto do vigário educacional" do que propor diretamente a cassação dos registros das "faculdades estelionatárias", aquelas que ficam com os office boys (!?!)...

Atentem bem, tais faculdades são chamadas de estelionatárias. Não é grave isso?

Durma-se com um barulho desses...

11 comentários:

Anônimo,  5 de junho de 2009 às 08:40  

cada dia acha-se uma desculpa....

Anônimo,  5 de junho de 2009 às 09:10  

Será que a OAB considera estelionato educacional a Faculdade de Direito que determinado Senador frequenta. Por sinal este Senador é o relator da matéria na Comissão de Educação.

Anônimo,  5 de junho de 2009 às 10:32  

É possível uma construção sólida sobre uma base frágil, arenosa?

Anônimo,  5 de junho de 2009 às 13:19  

Fico impressionado com a capacidade das pessoas em ao invés de defederem medidas certas e definitivas ficam criando coisa altamente polêmicas e que não resolvem nada definitivamente. Já começam tudo errado e mais na frente para mudar é quase impossível. Eu vejo como discriminação contra os brancos estabelecer qualquer cota para negros, amarelos, verdes ou seja lá que cor for. O que deveria ser feito é os políticos brasileiros tomarem vergonha na fuça e direcionarem esforços e investimentos capazes de mudar a realidade do nosso ensino de base (e mesmo superior).Deveriam acabar com as escolas particulares e estatizar a educaçao, dando condições para todo e qualquer brasileiro que queira estudar (com seriedade), inclusive pagando para o estudante ter condições de estudar e ´somente estudar.Mas não é dá esmola tipo 30, 40, 80 reais como fazem com a famigerada bolsa familia (que deveria ser chamada bolsa esmola), mas sim pagar um valor que a pessoa não precise trabalhar antes de formado. Sei que alguém vai dizer que isso é sustentar vagabundo e que o país não tem condições. Eu digo o seguinte: sustentar vagabundo é manter o amontoado de presos que existem por aí que se tornaram deliquentes por absoluta falta de opção na vida e justamente por não terem tido uma educação capaz de torna-los GENTE e com uma qualificação. Garanto que só o dinheiro que o país iria deixar de gastar com segurança pública e manutenção de presídios ou coisa do gênero já seria suficiente (e até sobraria) para garantir o pagamento de um valor para a pessoa estudar e só estudar. Mas repito, teria que ser coisa séria e não apenas ingressar na escola para deixar de trabalhar e ganhar, ou seja, critérios rígidos seriam adotados. Depois de formada a pessoa pagaria para o Estado na forma de trabalho. Por exemplo: a pessoa que se formasse em medicina trabalharia de graça para o Estado em um hospital público, posto de saúde, etc. durante um certo número de horas por dia (digamos 3 horas por dia duante 3 vezes por semana); o que se formasse em direito trabalharia da mesma forma no fórum ou qualquer outro órgão do judiciário; etc. Trabalho deveria ser só para após a faculdade ou então, antes disso, para aqueles que não quisesses estudar e, por incrivel que pareça, têm milhões que não gostam e jamais estudarão (esses iriam ser os "peões", como já são).Logico que não se pode comprar o tamanho da Noruega com o Brasil, mas lá a pessoa recebe mais de 4.500,00 dolares todo mês só para estudar. No Brasil não precisari cehar a essa valor, mas poderia muito bem, ser R$ 1.500,00 por mês. Garantro que se fosse adotado isso em menor de 20 anos o Brasil seria um país decente e de primeiríssimo mundo.Aliás, um sistema assim sendo adotado seria até impossível o país ser governado por um analfabeto metido a esperto que compra o voto dos miseráveis com "bolsa esmola" de todas as espécies.

Anônimo,  5 de junho de 2009 às 18:14  

Ola doutor Mauricio, sou um leitor assíduo de seu blog, e mais uma vez venho expressar a minha opinião. Condordo em partes com o Presidente da OAB, pois que teve uma base boa e sólida, no ensino fundamental e médio, tem muito mais possibilidades de passar tanto na OAB, como em concursos públicos. Pois como o presidente da OAB fala, "estelionato educacional" também é a nossa educação fundamental e média, principalmente em escolas públicas, onde estas instituições formam verdadeiros analfabetos funcionais, e tudo isso tem um reflexo muito grande no ensino superior, pois onde que aprendemos a escrever, a interpretar? a resposta é na nossa educação básica. Acredito que primeiramente deveria-se atentar para isso, melhorar a educação deste o seu inicio, pois se isso nao acontecer, as vitimas do sistema falho continuarão a existir sempre.

Mas doutor como já disse anteriormente, aqui mesmo neste blog, no Brasil é mais facil voce buscar corrigir os problemas pelo fim, ou seja, o MEC a OAB, abriram cursos de Direito por esse Brasil a fora, em instituições que nao possuem o minimo de condições para formar um bom advogado, e o que se faz? existe o exame de ordem. Que aprova em torno de 25% dos bachareis. Simplesmente deixa-se as instituições estelionatarias agirem por 5 anos e depois descontamos no aluno que nao consegue a aprovação. Mas nao se pensou quando abriram esses cursos. E onde esta a fiscalização? deixa-se para o exame de ordem. Infelizmente é sempre assim. Bom o caminho para o chamado "estelionato educacional" é a fiscalização destas instituições ea cassaçao das instituições que nao tem responsabilidade para com o estudante. Na situação que estamos o sistema de cotas torna-se com certeza importante, nao sou a favor (minha opiniao particular) das cotas para negros e sim para estudantes da rede publica de ensino, pois estes sim sao os mais prejudicados pelo sistema falho existente. Afinal, o office boys, como relata o nosso presidente da OAB, está estudando em uma instituição credenciada e autorizada para tal. A educação brasileira precisa de ajuda!

Parabens pelas materias doutor Mauricio.

alexrodrigo_slg@yahoo.com.br

Anônimo,  6 de junho de 2009 às 01:31  

Se fose uma profissão em que a imperícia causa a morte, como é no caso dos médicos, enfermeiros, engenheiros,etc., eu até ficaria quieto dizendo que teria que haver mesmo uma prova para testar se o profissional está qualificado e mesmo assim a prova não poderia ser essas porcarias mal elaboradas e com objetivos de reprovar que a OAB e CESPE aplicam, teria que ser uma prova que se aproximasse o máximo possível da realidade, da prática do dia a dia de um advogado.Já sei que algum desses que sempre quiseram colocar a advocacia como mais importante do que ela é vai dezr que se o avogado errar o que está em jogo é a liberdade, o patrimônio, etc. Caramba, para que existe juiz? O juiz às vezes não declara o réu indefeso? É só ele, juiz, quando perceber que o advogado é desqualificado declarar a parte indefesa e abrir novo prazo para que um novo advogado seja constituído e aí sim, aquele outro que foi declarado incompetente deveria fazer uma reciclagem e realizar o exame, aí sim o exame se justificaria, para para esses casos.Viram como é simples e fácil derrubar o pretexto "furado" da OAB de que o exame tem que existir para garantir o exercicio da advocacia só por profissionais quaficadios? Quem demonstra se o profissional presta ou não é o exercício da profissão, prova nenhuma, especialmente essas decorebas, vai mostrar quem sabe advogar e quem não sabe. Para ser sincero, a OAB é a instituição mais MENTIROSA que temos no Brasil, ela MENTE e mente descaradamente com essa história de que exige o exame para garantir qualificação profissional. Na verdade ela garante é a conta bancária dela sempre gorda.

Anônimo,  6 de junho de 2009 às 07:44  

Uma perguntinha que não quer calar: Será que nossas Universidades públicas são tão superiores quanto às particulares? Ou será que é a qualidade dos alunos, que diga-se são mais bem selecionados, é que fazem a diferença nas públicas? Sinceramente fico com a segunda opção. E vc?

Anônimo,  7 de junho de 2009 às 15:35  

É evidente que é a qualidade dos alunos, pois estes, que ingressam nas faculdaes públicas, não são analfabetos funcionais como são a maior parte dos alunos das faculdades privadas. Em faculdade pública é impossível um analfabeto funcional ser aprovado no vestibular, já nas privadas é só fazer a inscrição que tá aprovado. Ora, se o aluno é analfabeto funcional como é que ele vai conseguir aprovação em um exame da OAB, se mesmo os que não são têm dificuldade em etender o que os enunciados das provas querem? IMPOSSÍVEL, então, não há mérito nenhum das faculdades públicas.

Anônimo,  7 de junho de 2009 às 19:47  

Sistema de cotas é discriminação de ração, economica, e todas as situações da CFRB/88, recepcionou a Lei Afonso Arrinos, que defende a ideia de cota deveria ser condenado a prisão inafiansavel.

Anônimo,  7 de junho de 2009 às 19:54  

"Será que a OAB considera estelionato educacional a Faculdade de Direito que determinado Senador frequenta. Por sinal este Senador é o relator da matéria na Comissão de Educação.

5 de Junho de 2009 09:10"
Parabéns anomino, até que enfim encontrei um que te3ve coragem de falar a verdade, este Senador-Go, vai ter a sua carteirinha sem fazer a prova, pq ele não vai as aulas, não faz prova, e vai chegando esta no nono período (9)e ainda é o relator da PL 186/06; nem vou dizer mais pode ficar tranquilo ele ta dentro, sem nenhum esforço, pq o ano que vem ele termina e é ano de eleição, quer dizer nem vai estudar, como não estudou para bacharelar, acompanha relação de homologação de inscrição, resultados 1° e 2° fase

Anônimo,  7 de junho de 2009 às 23:43  

Vocês não sabem o que dizem (9:10 e 19:54). Para a atualização de vocês, informo que o Relator não é autor do Projeto de Lei. Aliás, em se tratando do projeto de Lei 186/06 o relator já disse que votará pela manutenção do exame. Portanto, meus queridos anônimos, vocês estão trocando as bolas.

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