O desempenho do Estado de São Paulo em seu 1º exame unificado

terça-feira, 26 de maio de 2009

A análise que farei agora visa demonstrar não só algumas idéias que eu sustento neste Blog a algum tempo como também desmistifica alguns paradigmas vigentes em relação ao ensino jurídico e ao exame de ordem.

No exame 137 de São Paulo, o último antes da unificação, o índice de aprovação na 1ª fase foi de 43% antes dos recursos, e 48,97% após as duas anulações ( http://www.oabsp.org.br/destaque_principal/exame-de-ordem-137-aprova-43-dos-bachareis-na-primeira-fase e http://www.oabsp.org.br/noticias/2009/02/06/5335 ).

Na época eu critiquei uma declaração do Presidente da OAB/SP, que atribuiu o elevado índice de aprovação naquela seccional (ao menos em relação ao resto do país) a um esforço feito para melhorar a qualidade do ensino jurídico em São Paulo. Vejamos a declaração dele:

É um dos mais altos índices dos últimos anos, em que pese a prova criteriosa que aplicamos, e retrata um melhor preparo dos bacharéis. Como o Exame de Ordem tem se prestado de alguma forma a avaliar a qualidade de ensino, percentuais melhores de aprovação nos leva a uma reflexão sobre o resultado positivo do esforço que tem sido feito para melhorar a qualidade do ensino jurídico em São Paulo

Discordei desse raciocínio por dois motivos:

1 - A prova de São Paulo era bem mais fácil que a do exame unificado;

2 - O exame de ordem NÃO é critério para avaliar ensino jurídico.

Vejamos o que eu escrevi:

O que me causa espanto é a constatação de que a qualidade de cursos jurídicos e do preparo dos bacharéis é mensurada pelo exclusivo critério do sucesso ou insucesso dessa categoria no dito exame de ordem, como se as questões do número excessivo de faculdades, do péssimo ensino jurídico e de uma prova que não mensura realmente o conhecimento do candidato fossem irrelevantes.

Em primeiro lugar, o grau de dificuldade da prova objetiva do exame de ordem unificado é sensivelmente maior do que a prova objetiva aplicada pela seccional paulista. Essa não é só uma opinião minha, mas também é da esmagadora maioria dos bacharéis que me escrevem sobre o assunto ou que compartilham suas opiniões em nossa comunidade no Orkut. (...)

Em suma, teria o ensino jurídico paulista melhorado pela simples constatação de que a prova objetiva, no caso em debate, teve um índice mais elevado de aprovados? A resposta só pode ser negativa.

Não se pode mascarar o péssimo ensino jurídico brasileiro, massificado e mercantilizado, com percentuais gerados de uma prova que abusa de questões baseadas, em sua esmagadora maioria, no conhecimento da legislação seca. Um concursando, que nunca tenha passado pelos bancos de uma faculdade de direito, poderia perfeitamente ser aprovado no exame de ordem, bastando para isso estudar com afinco por uns 8 meses, preocupando-se apenas em decorar a letra da lei e ler uns resuminhos jurídicos, tão populares entre os bacharéis que se preparam para a prova.

O pior é que essa constatação leva a um paradoxo: Se a prova do exame de ordem fosse elaborada com o fito de realmente medir o conhecimento do bacharel, sua capacidade de pensar o direito e aplicar em concreto as teorias e normas legais, os índices de reprovação seriam catastróficos. Se o exame é elaborado basicamente sobre o conhecimento ou não sobre a legislação seca, imaginem o que aconteceria se fosse exigido uma capacidade maior de exegese jurídica.

Exatamente aí, bem aí mesmo, é desnuda a péssima qualidade do ensino jurídico brasileiro, que já logrou produzir a astronômica cifra 4 milhões de bacharéis ( fora os advogados e demais servidores da justiça) em todo o País. O que justifica esse número escandaloso? Ganância seria a minha primeira resposta. Até aí, nada demais, pois o sistema é capitalista e fazer dinheiro é a regra. No entanto, alguma explicação deve existir para o fato do Brasil deter o recorde absoluto e incomparável no número de faculdades de direito, que já é superior a mil, enquanto existem apenas 213 cursos de direito nos Estados Unidos, cuja população, e economia, são bem maiores que a nossa. A distorção é patente.

Deixo aqui três perguntas apenas para instigar o debate:

1 - Como surgiu essa distorção?

2 - Quem se beneficia dela?

3 - Por que não a corrigem de fato e de uma vez por todas?

É patente que o ensino deficitário e mercantilizado dos cursos de direito é responsável pelo fracasso de tantos e tantos bacharéis, vítimas de uma lógica perversa e indiferente.

O exame de ordem, nem mais, nem menos, só tem o escopo de conferir a carteira da OAB para os aprovados, e só. Não serve, não pode servir e jamais servirá, sob esse modelo decoreba, de parâmetro sério para uma análise do sistema de ensino jurídico. A prova da seccional de São Paulo, comparada com a do exame unificado, é perceptivelmente mais fácil.

Se São Paulo aderir ao exame unificado, nós poderemos ver que a realidade do ensino jurídico paulista não é tão colorida assim, e o tal do "esforço que tem sido feito para melhorar a qualidade do ensino jurídico em São Paulo" pode demonstrar sua fragilidade em apenas uns poucos meses, ou melhor, em apenas uma prova." (...)


Pois bem, o índice de aprovação na 1ª fase do 1º exame de 2009 foi de 11,19%. O de Brasília, só para servir de referência, foi de 27,37% (e Brasília sempre ocupa o pelotão intermediário). Um dos leitores do Blog deixou um comentário sobre o índice de aprovação que eu resolvi conferir. De fato, foram 18.917 candidatos inscritos (sem levar em consideração o percentual de ausentes, que no último exame foi de 3%) tendo sido aprovados 2.118 candidatos, o que dá 11,19% de aprovados (sem considerar as futuras anulações).

Quem duvida desses dados pode tirar suas conclusões sozinho. Para isso basta acessar os dois links a seguir( http://www.oabsp.org.br/aprovados138_fase1.pdf e http://www.oabsp.org.br/noticias/2009/05/14/5476 ) e fazer a contagem. É bem simples.

O resultado da Seccional Paulista, de toda forma, precisa ser ponderado em função do "choque" produzido por uma prova cuja elaboração é diferente da sua antecessora, além do fato de que o Estado de São Paulo tem o maior número de faculdades particulares no Brasil, fator decisivo no índice altíssimo de reprovações em termos percentuais. Agora a realidade foi exposta.

Resumindo a questão:

1 - Exame de Ordem não pode ser utilizado como paradigma para avaliar ensino jurídico. A prova aborda demais o conhecimento da lei seca, possui uma série de falhas na sua concepção e, de acordo com seus critérios de elaboração, pode ser mais fácil ou difícil, mascarando uma realidade com falsos resultados sobre o real grau de conhecimento dos bacharéis de direito;

2 - Ninguém move uma palha para fechar as chamadas "faculdades caça-níqueis". Ninguém se importa e ninguém questiona isso. No máximo, e com muita boa vontade, apenas criticam o excesso delas, valendo-se de expressões fortes e duras, como por exemplo, de "estelionato educacional". É muito pouco;

3 - Ninguém considera que 4 milhões bacharéis são vítimas desse sistema perverso. É melhor rotulá-los do que vê-los como vítimas de uma estrutura que só visa o lucro, e não a real formação. Essa cifra de 4 milhões de pessoas que não podem exercer um ofício para o qual estudaram durante 5 anos, gastando uma fábula em dinheiro (aproximadamente R$ 70.000,00), é absolutamente escandalosa.

O ensino jurídico no Brasil está merecendo uma CPI...

P.S. - Multipliquem R$ 70.000,00 por 4 milhões e vejam que número dá. Só cuidado para não caírem para trás.

P.P.S - O site G1 acaba de divulgar o número de aprovados em São Paulo: 11,8%. Difere um pouquinho do percentual que apurei, mas não muda nada o raciocínio. - http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1168667-5604,00.html

P.P.P.S - Vejam trecho da reportagem do G1:

"(...) Sem esses dados, o percentual de aprovados é semelhante ao do exame 126, o de pior desempenho já apurado nos Exames de Ordem.

“O resultado do estado de São Paulo surpreende e deve ser analisado com relação ao desempenho obtido em outros estados, levando-se em consideração o número de faculdades existentes e o de bacharéis que prestaram a prova. Em Sergipe, por exemplo, 30% dos candidatos foram aprovados, mas lá existe um número reduzido de faculdades de direito. A rigor, o problema não está no exame, mas na preparação dos bacharéis”, diz o presidente da OAB SP, Luiz Flávio Borges D’Urso."

27 comentários:

Anônimo,  26 de maio de 2009 às 23:54  

olá, gostaria de saber o indice de aprovação no rio grande do sul

Anônimo,  26 de maio de 2009 às 23:58  

Realmente esse resultado na Seccional Paulista é lamentável, como na maioria das Seccionais...

Talvez o exame de ordem devesse ser aplicado antes da colação de grau, e dessa forma remeteria automaticamente a responsabilidade para a faculdade que não consegue formar bacharéis aptos a exercer a advogacia, e não mais bacharéis que não conseguem aprovação no exame de ordem para que possam exercer a advogacia!

Dessa forma acredito que as faculdades de direito iriam rever os seus métodos de ensinamento jurídico!

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 00:33  

Já passou da hora de todos se unirem em busca de uma mudança radical. O que se percebe é que um grande número de pessoas, geralmente os bacharéis que ainda não conseguiram aprovação, fica tecendo críticas com manifestações contrárias ao exame e de outro lado, via de regra os que já conseguiram aprovação, manifestam posições favoráveis ao exame, sendo que há, também, um terceiro lado, que é a OAB, que sempre está jogando a culpa nos bacharéis e faculdades.Mas ninguém faz nada de concreto. Onde estão as faculdades que não se manifestam, elas têm medo do que? É muito estranho isso de elas sempre serem acusadas de serem as principais responsáveis pelo baixo nível do ensino jurídico no Brasil e absolutamente nada fazem. Quero dizer que fiz o exame passado de São Paulo (137) e agora fiz o nacional. Não vi diferença nenhuma entre ambos (foi aprovado na primeira fase dos dois com 68 acertos)e, confesso, não mudei minha forma de estudar por se tratar do exame nacional, mantive a mesma fórmula (aliás, nem mesmo estudei na acepção exata da palavra para este segundo exame)e continuo achando o exame, especialmente a primeira fase, uma insanidade de quem insiste com tamanha brutalidade. Deus do céu! Ainda está para nascer um ser humano que consiga memorizar o texto da legislação inteira de um país, a prova da primeira fase não avalia conhecimento de ninguém (consegue aprovação quem consegue decorar mais). Podemos facilmente constatar que a prova da primeira fase é uma insanidade pelos gabaritos que cursinhos diversos elaboram. Se os especialistas que são professores e com as leis nas mãos divergem sobre as respostas, o que se dirá do pobre bacharel que é obrigado a fazer a prova sem consula alguma? Foi mera casualidade o indice baixo de aprovação dos bacharéis de São Paulo. Pode ser despreparo? Pode, mas não creio e se há despreparo dos bacharéis de São Paulo há da mesma forma de todos os bacharéis do Brasil (só 27% de aprovação é indicativo de problemas com os demais bachareis também). A regra deveria ser reprovação de 27% (ou menos)e aprovação de mais de 70%. Foi casualidade porque aqui no Estado de São Paulo sempre houve altos e baixos nos índices de aprovação, eis que se verifica um percentual elevado de aprovação,ora um percentual baixíssimo. A verdade é que ninguém está interessado em mudar o ensino jurídico, o interesse é só em manter o exame e que seja cada ano mais difícil, está ótimo o modelo atual: para a OAB, para as editoras, para os donos de cursinho, para os autores de livros e para as faculdades. Hoje, por exemplo, o presidente da OAB SSP deve está comemorando o baixo índice de aprovação, pois a reserva de mercado da OAB está funcionando e os milhões de reais estão entrando nos cofres da entidade. Ora, se milhões de reais aumentam o patrimônio da OAB, das editoras, dos autores de livros, dos donos de cursinhos a cada 3 meses, por que mudar o ensino jurídico? Por que fechar faculdades? Por que diminuir o números de estudantes nas faculdades de direito? É evidente que, para eles, é muito melhor deixar como está. Sou totalmente favorável à instalação de uma CPI para investigar o exame da OAB e sou também totalmente favorável que o Senado Federal (e depois a Câmara)ao votar o Projeto de lei 186/06 faça a opção pela extinção do exame, pois assim começamos tudo novamente, não com expectativa de me tornar advogado ou coisa que o valha, mas sim porque seria seria uma oportunidade de ouro para definitivamente se colocar ordem no ensino jurídico, já que, se for extinto o exame, aí a OAB vai rapidinho adotar providências em relação ao ensino jurídico.

Rio,  27 de maio de 2009 às 01:11  

Há de ser considerado que em São Paulo realmente pesou a questão da preparação, pois, candidatos foram preparados para prova como era anteriormente e devido a modificação, ainda não houve tempo para adequação. Vejamos daqui uns 2 ou 3 exames, quando os professores e cursinhos se adequarem.(que por acaso, faturam uma grana)

Luciana 27 de maio de 2009 às 02:23  

Peraí, apesar de lamentar pelos candidatos de SP, isso pode ser muito bom em outro aspecto: muitas questões podem ser anuladas, pois, se Sampa, com toda a sua expressividade, teve uma queda dessas no índice de aprovação pós unificação, isso deve pressionar os examinadores a amenizar a situação sob a pena de o próprio exame ser questionado por mais esse motivo.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 07:32  

O Dr. Maurício viu de longe essa questão, pareceu até profeta! E esse presidente da OAB/SP simplesmente está completamente por fora da realidade, por isso que foi surpreendido. Ele deveria ler o Blog todo dia!!!

Parabéns Dr. Maurício

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 07:33  

Anular questões a mais só por conta do elevado número de reprovados não passa de um casuísmo sem-vergonha. As questões tem de ser anuladas porque estão erradas e não porque muitos reprovaram. Está tudo errado!!!

Rosana,  27 de maio de 2009 às 08:33  

É triste a realidade do pessoal do sudeste e não é a toa que são os que mais choram pela extinção do Exame. Como o Dr. Mauricio já explanou, onde tem + faculdades particulares o resultado é triste. E esse resultado calou a boca daqueles que sempre se achavam superiores. O ensino do Norte e Nordeste é melhor porque tem menos faculdades particulares e por isso estamos e vamos continuar na frente no ranking do Exame Nacional!
Lição: Vão estudar! parem de chorar, pois o exame pode não ser dos melhores, mas serve p/ peneirar aqueles que não tem a mínima condição de exercer a advocacia, já que não conseguem acertar o mín. de 50% da prova (sem contar c/ as anulações).
A minha crítica do exame é p/ a 2ª fase, aqui sim tem o fator tempo, que acho pouco p/ fazer a peça e resolver as 5 questões.

Melina 27 de maio de 2009 às 09:01  

É lamentável que, mesmo após lerem tudo isso, um texto claro e fundamentado, ainda haja comentários criticando "a falta de avaliação do ensino jurídico" pela OAB.
OAB é órgão de classe! Acordem! É uma entidade que não existe para avaliar cursos jurídicos! A prova não se presta a este papel - é pré-requisito para ingresso em uma carreira, tal qual para muitas outras por aí.

Rodrigo - RS,  27 de maio de 2009 às 09:05  

No Rio Grande do Sul o índice pelas minhas contas foi de 15,947% mas gostaria de saber oficialmente

VictorB,  27 de maio de 2009 às 09:39  

O exame de ordem há muito passou do inadmissível. Já ouvi todo tipo de argumento para sua exclusão, mas convenhamos que se ele fosse bem elaborado e não seguisse apenas a interesses políticos e de contenção de mercado seria uma excelente ferramenta não apenas para os que verdadeiramente se prepararam como para a sociedade como um todo.

Quanto as anulações das questões infelizmente este é um fato dos mais vergonhosos: a OAB não reconhece todas as falhas de elaboração e se preoculpa mais com a opnião publica do que com o direito dos bachareis.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 09:44  

Não teve nada de diferente o exame nacional do de São Paulos. Os dois são uma indecência, puro exercício de decoreba.

Paulo Lordelo,  27 de maio de 2009 às 09:56  

Concordo com o Anônimo acima. A questão mal formulada ou com vicio tem que ser anulada "ex officio" pela Cespe e pela Comissão Nacional do Exame da Ordem, mesmo sem a interposição de recursos!

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 10:10  

Eu indago outro ponto de vista. Será que a faculdade que é ruim ou o aluno que não quer de fato aprender?
Particularmente conheço faculdade e universidades que não passam mais do que 15% no exame da ordem, mas tem uma infraestrutura absurdamente formidável. Salas de aula com todo o conforto, os melhores professores, escritorio juridico modelo alt´´issimo etc.
Eu me formei numa universidade pública que nada mais era do que uma salinha de aula com um ar condicionado e um quadro negro. nem computador tinha a sala de aula, e mesmo assim, da minha turma que se formou, a maioria já passou na OAB.
Não estou criticando nem culpando ninguem, mas isso deve ser levado em conta.
Não adianta ter a melhor biblioteca com todas as obras juridicas se ninguem quer ler nada.
Não adiante ter data show etc na sala se ninguem quer prestar atenção.
Esse é o meu ponto de vista. acho que é muito mais do aluno que da faculdade o problema.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 12:06  

Estou abismada com a coincidência entre a aprovação no DF entre esse exame e o 2008.3. No 2008.3 foram 824 pessoas aprovadas para a 2ª fase. Nesse, 2009.1, foram 823 pessoas.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 12:09  

Anônimo das 7:33, coloque uma coisa na sua cabeça: a OAB realiza o exame para efetivar uma reserva de mercado e também para arrecadar, é só este o objetivo. Mas ela age politicamente também, a fim de não ver os seus interesses eventualmente atrapalhados. Todos sabem que o Senado Federal está na iminência de votar o Projeto de Lei 186/06 que visa a extinção do exame e, por isso, o que a OAB mais quer hoje é evitar qualquer polêmica que possa influenciar o voto dos Senadores, significando dizer que não é nada de outro mundo se muitas questões forem anuladas para que o indice de aprovados aumente, pois assim as críticas poderiam ser bem menores.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 12:14  

Todos os anos várias questões merecem ser anuladas, e muito bem sabemos que o Cespe anula quantas quer, mesmo diante de erros grotescos!!

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 12:33  

Certo, certo é acabar o exame e começar tudo do zero. Deveriam adotar as seguintes providência de imediato:
1- Extinguir o exame para aqueles que ingressarem na faculdade de direito a partir de 2010 e mante-lo para os que já concluíram o curso ou já iniciaram, mas não no formato atual, e sim apenas com a feitura de uma peça práticoprofissional;
2- A OAB realizar o vestibular para o ingresso nas faculdades de direito. Verdade é que qualquer um hoje é matriculado, é só fazer a tal "prova" agendada que é aprovado, até analfabetos. A própria OAB realizar o processo de seleção para ingresso na faculdade seria justo e não simplesmente impedir o exercício da profissão por meio de um exame depois da formação acadêmica;
3- Delimitar o número de vagas para cada faculdade já a partir do próximo ano;
4- Obrigar o recredenciamento imediato de todas as faculdades de direito e não ser permitido o funcionamento de nenhuma que não realize o recredenciamento E durante o processo de recedenciamento (que não deveria passar do ano de 2010) seria analisado rigorosamente cada curso, sendo sumariamente fechado aquele que não oferecer condições de ensino e um mínimo de qualidade na formação do bacharel e também não mais o MEC autorizar a abertura de novos cursos sem que haja parecer conjunto FAVORÁVEL da OAB e do MEC e aprovação pelo Congresso Nacional por meio de lei. Ensino é coisa séria e assim deveria ser tratado o ensino jurídico.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 12:37  

Anônimo 10:10, eu respondo. A culpa é da faculdade que aceita qualquer um como estudante de direito; o processo de seleção é "fajuto" em todas as faculdades particulares, ABSOLUTAMENTE TODAS.

Helena,  27 de maio de 2009 às 15:09  

Temos que concordar que:

-Tivemos poucas aprovações em todos os Estados, não acho que 27% seja muita coisa... Isso prova que o problema não está só em São Paulo.

-Se o ensino nos outros Estados é tão bom, por que não houve aprovação de pelo menos 70%, até 100%(jogando alto)???? Se esse povo é tão bom, por que não foram aprovados???

-São Paulo ainda vai demorar uns 2 exames para se adaptar à prova da CESPE;

-Temos que levar em conta que nos exames de dezembro/janeiro há mais pessoas prestando!! Por isso sempre há uma aprovação maior!!

-Tô de saco cheio da diferença que vocês fazem com relação à São Paulo!!!!!!!!!!! Está ficando mto chato

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 16:39  

Cara Helena, não fique brava. Embora eu também seja de São Paulo e já advogado, milito pelas boas faculdades e, neste quesito, realmente nosso estado é vítima. O estado de São Paulo pela sua grandeza, atrai muita coisa ruim e muitas faculdades com cursos jurídicos estéreis, incapazes de gerar conhecimento. O recente número de aprovados no exame de SP, torna-se uma espécie de "forra" para os outros estados que, de certa forma, sentiam-se prejudicados pela diferença no exame da OAB.
Ele têm razão. No entanto, o índice de aprovação não demonstra muita coisa. Somente mostra, que alguns tiveram mais sorte do que outros. Este é um quesito (sorte) que jamais deveria ser regulador para a profissão de advogado.

Abr.
Leonidas

Melina 27 de maio de 2009 às 20:23  

Eu acho incrível a capacidade que tanta gente tem de criar tanta teoria da conspiração! Usem essa capacidade mirabolante a favor de vocês! Ao invés de proporem absurdos, como "OAB aplicar vestibular para cursos de Direito" (o que demonstra total desconhecimento do que é a instituição para a qual se pretende inscrever), usem o tempo útil de vocês e estudem! O Exame de Ordem não é o ideal. Mas citem uma avaliação que de fato consiga aferir o conhecimento do examinando? Tenho certeza que nem na faculdade se depararam com excelência nisso. Entretanto, pessoas, a despeito das pressões, frustações e decepções, o Exame é uma etapa pela qual terão que passar. Chorar e reclamar não vai fazer a prova acabar nem vai mudar o requisito para que se ingresse na profissão. Direito não é curso de advocacia, não prepara advogados, é um curso de formação geral. Lutem sim, para que o ensino jurídico tenha qualidade; lutem sim para que cumpram propostas acadêmicas; respeitem os "nerds" dos Centros Acadêmicos, que, em muitos casos, são as 05 vozes isoladas que passam a faculdade tentando fazer a parte deles e dos demais; briguem para que a formação seja mais humanista do que técnica; preparem-se com disciplina; façam faculdade e não apenas passem pela faculdade... a OAB, gostem ou não, cumpre o papel dela de opinar sobre o reconhecimento e abertura dos cursos, e até fiscaliza, publicando, inclusive, o ranking das melhores e piores faculdades do país. Fora isso, meus caros, não lhe compete avaliá-las, assim como não compete ao MP ou à magistratura ou a nenhuma outra "carreira" jurídica fazê-lo.
Acho triste ler tanta idéia sem embasamento, por repetidas vezes. E no próximo Exame, infelizmente, isso vai se repetir...
Não estou defendendo o Exame nem sou cega às suas falhas, mas daí misturar os papéis, a afirmar que é "perseguição pessoal", "reserva de mercado", "necessidade de aplicação do vestibular pela OAB", "fonte de arrecadação" (quero ver o que vão dizer dizer depois, qaundo receberem os boletos de anuidade!), "carência na avaliação do ensino jurídico" (e por aí vai), é pura teoria da conspiração!

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 21:02  

A regra deveria ser reprovação de 27% (ou menos)e aporvação de 70% (ou mais). Portanto, 12% e 27% dá no mesmo, os dois indices demonstram que algo está errado.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 21:19  

Eu já sou advogada, mas não concordo com quem fala que o ensino é ruim, por causa disso alto indice de reprovacao..faculdades ruins existem assim como alunos ruins..se voce hoje, cursar direito achando que vai aprender tudo com a universidade está errado..conheço procuradores do INSS que cursaram USP e conheco pessoas que não passarm nos três ultimos exames e fizeram USP..qual seria o problema então?..não acredito que nenhuma universidade faça o aluno e sim o aluno se faça profissional..tá ok..universidades públicas são as melhores..concordo..e quem tem condição de fazer um curso em uma universidade pública?..é necessário existir uma bagagem por trás..e quem tem condição hoje, no país de frequentar boas escolas no ensino fundamental e médio que te preparem para um vestibular da USP? da UNB?..necessário se fazer cursinhos preparatórios, investir em uma boa educação desde pequeno..pelo amor de Deus..quem hoje tem condição de frequentar boas escolas?..quem tem dinheiro prá isso?..o que se vê na USP são filhos de juizes, promotores, desembargadores, empresários..o que se vê nas universidades particulares são pessoas simples, que sonham em ter um curso superior pra dar uma vida melhor a sua familia...pessoas que dependem de seu salario pra poder estudar..realmente, o ensino pode ser ruim..mas a pessoa deve se esforçar..tem um juiz colega meu do foro central aqui de SP que o pai era motorista e a mãe era doméstica e ele quando pequeno "catava" latinha e garrafas pet pra ajudar na renda da família...ele fez UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO NO PARI..aqui perto do DTP..uma universidade conhecida aqui em SP por ser muito ruim..mas ele era estagiário e era a que ele podia pagar..e hoje ele é juiz..e aí?..qual o problema?..o problema é que ele nunca se intimidou por ser pobre e não ter condição de fazer uma boa faculdade..correu atrás..é o que eu recomendo a todos..é muito fácil dizer que só a faculdade e o ensino jurídico é ruim...faça por merecer...mereça..

Helena,  27 de maio de 2009 às 21:38  

Leonidas, minha indignação é mais pela crítica que todos vêm fazendo à respeito do Estado de São Paulo, concordo plenamente com o Anônimo (21:02), 30% não é parâmetro.. é muito pouco não sei se você concorda. Todos os Estados foram mal.. o ensino jurídico no Brasil é muito fraco, não só isso, o fator estudante (dedicado ou não) leva muito em conta!!

Não vamos levar em conta o azar e a sorte de cada pessoa, sei muito bem que tem fatores externos e internos que atrapalham, mas de maneira geral, pelos índices de aprovação nos últimos exames (de todos os Estados), todos os Estados deixaram a desejar.

Passei no último exame de São Paulo muito tranquila. Não vi a prova 138, mas pelos "boatos" foi muito difícil, isso leva em conta tbm, a CESPE NÃO FACILITA A VIDA DE NINGUÉM!!!!! Por isso que fico chateada, o pessoal só fala de SP, e não é só aqui que tem coisa errada!!! rss

Anônimo,  28 de maio de 2009 às 00:50  

É um misto de tudo: é faculdade ruim, é aluno que se matriculou no curso de direito pensando que lá iria aprender a ser 171 e na verdade pegou pela frente um 171 (faculdade), é prova mal elaborada, é tudo e um pouco mais.

Anônimo,  29 de maio de 2009 às 15:38  

Esse D'urso alem de estar po fora ele bem sabe que o exame e maquiavelicamente manipulado, a rigor eles querem que esse indice não chegue perto dos 20%, pois, assim o universo de examinados fica sempre bem amior.
Essa festa acerca do alto indice de reprovacao eu ja havia comentado, é o mote para que a oab se posicione a favor do exame, tudo combinado, é assim que se constroi argumentos para destruir ideais ... é tudo falacia o que os da ordem profalam, são uns mediocres, a maioria esta la filiada e sem o exame e os cursos que fizeram nao foram melhores do que os que ffazemos, o que ocorre é que o exame é um otimo negocio para muitos e claro nao deve acabar, se nao, adeus Rosa.

Postar um comentário

  © Blogger template The Professional Template II by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP