Estratégia para a realização de provas
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Segue um artigo muito bom do Prof. Rogério Neiva, especialista na preparação para concursos.
Até sexta eu publicarei um texto meu sobre a prova de domingo.
O objetivo do presente post consiste na abordagem de alguns aspectos cognitivos relevantes, de modo a provocar o candidato a desenvolver uma compreensão estratégica do processo de realização de provas.
A prova consiste num processo cognitivo no qual é solicitada do candidato a mobilização de informações, bem como a realização de raciocínios, voltados à demonstração do domínio de conceitos e solução de problemas.
Numa prova podemos encontrar questões de duas naturezas:
1- questões puramente conceituais, ou seja, envolvem apenas a solicitação de um conceito, sem exigir raciocínio do candidato;
2- questões-problema: exige que o candidato, mobilizando conceitos apropriados, encontre a solução de problemas colocados.
Diante destes cenários, surgem as seguintes possibilidades:
1a.- O candidato teve contato com o conteúdo-objeto da questão (estudou):
1.1- o candidato consegue recuperar o conteúdo solicitado (se lembra da informação relevante para solucionar a questão);
1.2- o candidato não consegue recuperar: não se lembra da informação;
2a.- O candidato não teve contato com o conteúdo-objeto da questão (não estudou).
Assim, na realização da prova, o candidato pode se deparar com questões conceituais em relação às quais se dispõe da informação, ou seja, se lembra, ou não se dispõe da informação, isto é, ou não se lembra ou não estudou. Da mesma maneira, também pode se deparar com questões-problema que exigem conteúdos disponíveis (estudou e se lembra) ou não disponíveis (ou não estudou ou estudou e não se lembra).
Vale lembrar que, conforme a lógica das ciências cognitivas, temos as memórias de curto e de longo prazo. As memórias de curto prazo são formadas numa parte do cérebro denominada hipocampo, ao passo que as memórias de longo prazo são formadas no córtex cerebral. O fato de ter uma informação disponível enquanto memória de curto prazo depende do caráter recente do contato com a informação. Já a consolidação de memórias de longo prazo decorrem da eficiência do processo de apropriação, o que tem como um dos fatores fundamentais a técnica de estudos adotada, bem como a reiteração do contato com a informação.
Considerando todas as premissas apresentadas, o fundamental é que o candidato procure avaliar o caminho mais estratégico e eficiente para a realização da prova, otimizando seu tempo, suas energias e o conhecimento disponível. Com a intenção de contribuir com a busca de eficiência e a racionalidade deste processo, sugiro o seguinte caminho a ser adotado, em termos de sequencia de questões a serem resolvidas:
1º – questões puramente conceituais, em relação às quais se dispõe da informação(o candidato se recorda);
2º – questões problema que o candidato tem a disponibilidade da informação;
3º – questões problema que o candidato não tem a disponibilidade do conceito: no caso, o candidato pode encontrar a resposta mobilizando outros conceitos disponíveis;
4º – questões conceituais que o candidato não tem a disponibilidade da informação.
Em relação ao terceiro e quarto passos, vale destacar que o candidato pode encontrar a resposta mobilizando outros conceitos disponíveis em sua memória ou mesmo na prova. Não é incomum que a resposta de uma questão esteja no enunciado de outra, ou ainda que, diante de provas de múltipla escolha, as assertivas descartadas, as quais passam a ser tidas como certas ou erradas (a depender do enunciado da questão) sejam úteis para responder outras questões. Daí porque se deixa para o final. Outro detalhe importante é a possibilidade de que ao longo da prova alguma informação estudada e não disponível seja recuperada.
Outras dicas importantes:
1- cuidado com assertivas generalizadas, em sentido positivo ou negativo: sempre, jamais;
2- cuidado com os enunciados; esteja atento se o examinador solicita a alternativa correta ou incorreta;
3- quando não se souber a resposta, siga a lógica da matéria:
– Direito do Consumidor, a lógica é a interpretação pró-consumidor;
- Direito Constitucional, a lógica é pró-direitos fundamentais;
- Direito do Trabalho , a lógica é a interpretação pró-trabalhador;
- Processo Civil, a lógica é a interpretação pró-segurança jurídica na relação processual;
- Processo do Trabalho, a lógica é a interpretação pró-celeridade em detrimento da segurança jurídica na relação processual;
- Direito Administrativo, a lógica é a interpretação pró-defesa do interesse público e limitação do espaço à discricionariedade do administrador;
- Direito Processual Penal, a lógica é a garantia do exercício do direito de defesa pelo réu.
4- cuidado ao passar a resposta ao gabarito: muitos candidatos erram neste momento!
Sucesso nas provas, em especial para os que estarão fazendo o Exame da OAB neste domingo!!!
ROGERIO NEIVA
1 comentários:
Este muito bom!!!
Está na lógica a resolução das questões do exame, pois, é impossivel para um ser humano memorizar todo o conteúdo provável a ser solicitado no exame.
Este
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