Definição do local de estudos

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Você já definiu os locais em que vai desenvolver seus estudos? Pois bem, esta preocupação, apesar de não ser considerada por muitos candidatos, consiste num elemento fundamental para a execução do planejamento da preparação para o concurso ou exame. Tal importância decorre não apenas da geração de condições de busca de eficiência no âmbito da implementação do plano de estudos, bem como em função do processo de aprendizagem.

Do ponto de vista racional, a preparação para o concurso exige a preocupação com aspectos estratégicos e táticos. Os primeiros estão no campo decisório, envolvendo elementos como a definição de objetivo e programa. Já os aspectos táticos são aqueles que devem a ser considerados ao longo da implementação do planejamento da preparação.

A clareza do local ou dos locais de estudos, no âmbito da montagem e execução do planejamento, é fundamental para que o candidato não perca tempo decidindo aonde irá estudar. Isto também produz reflexos em relação à disciplina, ao tornar o candidato menos vulnerável aos furos em sua grade de estudos. Ou seja, o candidato que sabe aonde vai estudar, ao chegar o momento de estudo, já tem um destino a seguir, objetivamente e previamente estabelecido. Por outro lado, o candidato que não conta com um local definido, estará mais sujeito ao furo, pois não conta com destino objetivamente e previamente estabelecido.

A definição do local de estudos passa por um dilema de custo e benefício, envolvendo dois aspectos fundamentais. De um lado temos o custo de deslocamento, correspondente ao tempo, possíveis desgastes e mesmo às despesas com o transporte. De outro lado, em termos de benefício, temos as condições de concentração que o local de estudo escolhido pode proporcionar.

A biblioteca, por exemplo, consiste num local naturalmente adequado ao estudo, contando com diversos fatores que contribuem com a concentração. No entanto, geralmente exigirá um custo de deslocamento. Já o estudo na residência não impõe o referido custo de deslocamento, mas conta com uma série de fatores de dispersão de atenção, tais como o acesso fácil ao telefone, à internet, à cama, à geladeira, havendo ainda uma vulnerabilidade maior a interrupções de terceiros.

A eficiência do processo de aprendizagem voltado à preparação para o concurso exige a preocupação com a concentração. A concentração e a atenção consistem numa das chamadas funções cognitivas primárias, juntamente com a sensação e a percepção.

Nós podemos nos concentrar espontaneamente ou de forma provocada. Conforme desenvolvi de maneira mais aprofundada no meu livro, (“Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégia, Eficiente e racional”, Ed. Atlas) um torcedor fanático por determinado time de futebol se concentra no jogo da final de forma muito espontânea. Já o candidato, no seu local de estudos, dificilmente terá esta capacidade de concentração espontânea.

Daí a necessidade de se preocupar com os fatores de concentração. Segundo as ciências cognitivas, estes se dividem em fatores endógenos, por exemplo o nosso estado emocional estar mais propício ou não, e exógenos, decorrentes do ambiente externo. Nós, enquanto seres humanos, temos uma tendência à seletividade de estímulos, ou seja, normalmente, para dedicarmos mais a atenção a um estímulo, temos que diminuir a outros. Basta pensar na experiência de atravessar uma rua. Se fomos dar atenção a todos os estímulos à nossa volta, correremos o risco de seremos atropelados.

Dessa maneira, o local de estudos, em função dos estímulos relacionados com o ambiente, pode contar com fatores exógenos de concentração ou desconcentração, podendo colaborar ou atrapalhar a eficiência do processo de aprendizagem.

Portanto, é fundamental que o candidato não apenas defina um local de estudos, mas também avalie, refletindo sobre a relação de custo e benefício envolvida, o caráter eficiente, estratégico e racional de sua escolha. Seguramente esta preocupação lhe proporcionará uma grande contribuição para o alcance da sua aprovação no concurso ou exame.

Sucesso e bons estudos!

ROGERIO NEIVA

Fonte: Tuctor

6 comentários:

Anônimo,  23 de setembro de 2009 às 02:56  

Estudo no meu quarto... boa iluminação, ar condicionado e silêncio. Os fatores que são desfavoráveis: internet no quarto, televisão com o meu maior vício que são os canais de luta e por estar em casa toda hora vou à cozinha...

Acho que vou optar por estudar na biblioteca da minha antiga faculdade...

Anônimo,  23 de setembro de 2009 às 06:24  

Sem sombra de dúvida o local de estudo faz diferença. Aqui em casa, por exemplo, quando eu vou estudar, não rende do jeito que eu gostaria, pois há varias distrações. Gosto de estudar em biblioteca, pois lá o ambiente é voltado ao estudo, aquele silencio gostoso, e o estudo rende bem mais.

Luciana 23 de setembro de 2009 às 08:06  

Rogério Neiva é o Juiz do Trabalho? Se for, será meu professor da segunda fase.
Gostei muito do texto!

Maurício Gieseler de Assis 23 de setembro de 2009 às 09:23  

É ele mesmo. Fale do blog para ele e depois me diz o que ele respondeu.

Unknown 23 de setembro de 2009 às 12:48  

Ele vai dar aula aonde!?!?!? em qual cursinho? de qual cidade!?!? Obrigado!

Unknown 23 de setembro de 2009 às 12:48  

Ele vai dar aula aonde!?!?!? em qual cursinho? de qual cidade!?!? Obrigado!

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