Avaliação e estatísticas da 1ª fase do 3º exame de 2008

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Blog fez duas enquetes sobre a prova objetiva da 1ª fase do 3º exame de 2008. Em sua maioria, os participantes não gostaram do exame, sendo que 86% daqueles que responderam as enquetes acharam a prova difícil ou muito difícil, contra 12% que acharam a prova mediana ou fácil.

Por sua vez, 72% dos participantes não lograram aprovação na 1ª fase, sendo que 39% de todos aqueles que responderam a enquete ficaram na faixa entre 47 /49 pontos; o que é um número muito expressivo de candidatos em uma faixa de pontuação bastante estreita e próxima dos 50 pontos necessários para a aprovação. A anulação de uma ou duas questões poderia colocar um grande número de bacharéis na segunda fase. É de se perguntar se dois ou três pontos representam um grande abismo entre estar pronto para advogar ou não. Mas, como algum critério tem de ser estabelecido...

Na sexta-feira o Blog relacionará todos os recursos que já foram feitos, tanto do Blog como de outros sites, e buscará elaborar o máximo de recursos possíveis para ajudar aqueles que estão precisando.

Pelo que já foi observado em exames anteriores, pode-se afirmar que não é a fundamentação de um recurso que determina uma anulação. Independente do números de questões questionadas, o Cespe/OAB geralmente anula entre duas ou três questões, em que pese a constatação de que o número de questões com problemas, em todo os exames (ao menos desde 2007), sempre é superior a dez. Uma forma de constatar a realidade dessa quantidade de questões controversas, para quem vem acompanhando a nossa comunidade no orkut e o próprio Blog, é a grande discrepância existente nos gabaritos extra-oficiais, não só entre si como também em relação ao gabarito oficial. Uma prova 100% correta em sua formulação não produziria tantas discrepâncias, ainda mais levando-se em conta que tais gabaritos extrajudiciais são elaborados por professores renomados dos mais diversos cursos jurídicos de todo o Brasil. Ou o Cespe/OAB sabe tudo de direito e esses professores (e os bacharéis também) poderiam ser mais qualificados, ou a prova realmente apresenta um problema real e tangível em sua concepção.

Afora essa problemática, é bastante perceptível um acentuado aumento no grau de dificuldade da prova objetiva do exame de ordem. As três provas dos exames de 2008 foram notadamente mais difíceis do que as provas dos exames de 2007. Aparentemente essa é a tendência futura: uma prova cada vez mais complexa e controversa, principalmente em razão do aumento no número de bacharéis de direito em todo o País. Sugiro que seja lido o artigo acessável no link entre parênteses ( http://www.conjur.com.br/2006-ago-05/brasil_mil_faculdades_direito ) e, após a leitura, seja realizada uma reflexão, tomando-se como ponto de partida o seguinte questionamento: O grau de dificuldade do exame de ordem tem correlação com o número de candidatos inscritos? Se a resposta for positiva, preparem-se para provas mais complexas no futuro, pois muitas faculdades de direito hoje existentes ainda não completaram 5 anos de funcionamento. Ou seja, dentro de uns dois ou três anos (ou menos ainda), o Cespe/OAB elaborará uma prova um ou dois níveis mais dífícil do que a atualmente aplicada.

Não é exagero afirmar que a futura tendência dos bacharéis será a de não fazer o exame de ordem assim que sairem da faculdade, e sim de se preparar adequadamente em cursinhos por um período de tempo superior a quatro meses (lapso de tempo entre um exame e outro), só para evitar o aborrecimento de não ser aprovado na primeira tentativa, dada a futura má fama (!) que o exame terá (!!!). Se tal previsão se confirmar, poderia ser feita mais uma pergunta/reflexão: O diploma de bacharel de direito atesta realmente alguma coisa? Cinco anos de faculdade precisam ser complementados com seis meses de cursinho? Não é novidade nenhuma que o ensino jurídico no Brasil está em xeque. Vamos ver se atitudes de verdade serão tomadas daqui para frente.

Só mais uma consideração/reflexão: Qual é o grau de dificuldade de se fechar um curso jurídico deficiente? Pelo visto, até agora, é de 100%. Desconheço uma faculdade de direito sequer que tenha sido fechada por conta do péssimo ensino oferecido, apesar de não faltarem muitas candidatas para isso. Por que o Estado não faz sua parte fechando de vez as faculdades caça-níqueis?

Resumo da ópera: Para quem já é bacharel, a hora de passar é agora. Para quem será bacharel, a hora de se preparar para o exame começa agora.

Vamos aos números finais das enquetes:

Quantos pontos você fez?

Pontos votos percentual

Entre 30-40 51 (5%)

Entre 41-46 279 (28%)

Entre 47-49 386 (39%)

Entre 50-60 196 (19%)

Entre 61-70 48 (4%)

Mais de 71 22 (2%)

Total 986 (100%)

O que você achou do nível da prova?

Grau de Votos Percentual
dificuldade

Fácil 32 (2%)

Mediana 149 (10%)

Difícil 558 (40%)

Muito difícil 635 (46%)

Total 1378 (100%)

5 comentários:

Anônimo,  29 de janeiro de 2009 às 06:25  

Dr. Mauricio. Devemos entender extra-oficial em lugar do extrajudicial? Acredito que teremos dificuldades crescentes no exame, a medida que forem sendo realizados. Qual seria o critério justo para medir a "capacidade" do bacharel que o autorize a advogar? Esse critério pode não ser o melhor, mas, é um critério.

Anônimo,  29 de janeiro de 2009 às 09:42  

Esse foi o meu primeiro exame e não passei, mais por desatenção e nervosismo do despreparo.
Ainda que o Cespe tenha o costume de anular uma média de 3 questões (preciso de 6 anulações) pretendo sim entrar com MS para poder fazer a 2ª fase, pois "em prova na modalidade objetiva, sem critérios pessoais, a pergunta feita ao concursando somente pode dar ensejo a uma resposta também direta e objetiva, pois, ao se admitir mais de uma opção, ocorreria nulidade desta, por ferir, a comissão responsável, as normas do edital. A eficácia deste tipo de certame, com modalidade de questões em forma de testes de múltipla escolhas com apenas uma resposta, exige boa técnica na elaboração das perguntas, dentro do grau de especificidade do conhecimento a ser medido, as quais devem conduzir a respostas adequadas, sem ambigüidades ou obscuridades. (Min. Jorge Scartezzini)
Até pq estudei 5 anos para fazer valer o direito e pretendo, sim, fazer valer o direito. No mais, parabéns a todos que passaram e aos que dependem de recursos, por favor, não desistam de perseguir o que vcs acham certo.

Anônimo,  29 de janeiro de 2009 às 13:17  

De fato a prova não estava fácil, além dos erros absurdos em algumas questões, porém para acertar apenas 50% não estava tão complicada assim. Devemos reconhecer também que nossos bacharéis precisam estudar um pouco mais, evitando submeter-se mais de uma vez a esse incomodo e cansativo exame.

Maurício Gieseler de Assis 29 de janeiro de 2009 às 13:32  

Paulo César. Sim, errei a palavra, é extra-oficial mesmo. Já corrigi. Obrigado!

Anônimo,  29 de janeiro de 2009 às 15:45  

Mauricio qd vc irá botar os recursos das possiveis questões anuláveis?

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