Editorial: Exame revela ensino doente

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O editorial "Exame revela ensino doente" foi publicado na edição de hoje (27) do Jornal de Brasília (DF):

"Como costuma acontecer, o resultado do Exame de Ordem organizado pela OAB do Distrito Federal mostrou avassalador índice de reprovações. Na fase objetiva do 1º Exame de Ordem de 2009, o índice de aprovação ficou em 27,37%. Isso significa que, para cada 100 diplomados em faculdade de Direito, 72 não conseguiram a média mínima para prosseguir nas provas.

Assegura o presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-DF, Othon de Azevedo Lopes, que esse índice de aprovação é normal. Quis dizer que ficou na média dos anteriores, pois não se pode considerar normal que um número tão grande de diplomados em escola superior demonstre tamanha ignorância em sua área. Dos 3.006 candidatos, só 823 aprovados passarão à segunda fase.

Há quem cite esse índice como argumento para combater o Exame de Ordem. É o contrário. Deveria ser usado como arma para fechar as arapucas que enganam os estudantes, prometendo-lhes curso superior quando na verdade nada ensinam. O Exame de Ordem representa uma radiografia desse ensino doente, conduzido por mercadores da educação. Deve continuar com a atual severidade."


Gostei do termo "arapuca". É exatamente isso.

3 comentários:

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 14:02  

O ensino jurídco está mesmo doente e cheio de arapucas. Ocorre que a OAB não está interessada em ter a sua mina de outro esvaziada com ofechamento de faculdades e diminuição de vagas nos cursos de direito. Se providências assim forem adotadas, como é que ela vai arrecadas os milhões que a deixam a cada dia mais rica? Ela prefere ficar eternamente defendendo o exame e jogando a culpa nos bacharéis e faculdade.Uma solução simples e fácil seria a própria OAB realizar o vestibular para ingresso na faculdade de direito e periodicamente avaliar as faculdades. Não precisaria exame, bastaria essas duas providência para que a precariedade do ensino jurídico no Brasil fosse resolvida definitivamente. Mas como isso iria significar diminuição drástica de receita, para a OAB é preferível que fique tudo como está. E um bando de idiota por aí defendendo a manutenção do exame (o judiciário e legislativo, inclusive) dizendo que o exame mede o grau de qualificação, ao invés de também se engajarem na defesa de efetivas providência contra o estelionato praticado pelas faculdade contra alunos o que se dá, de certa forma, com a conivência ou omissão da OAB.

Afonso De Miranda 27 de maio de 2009 às 14:06  

O assunto precisa ser "bem" debatido. As estatísticas devem observar os candidatos que fizeram 47,48,49,50 pontos. Qual a diferença entre esses e aqueles que fizeram 50 pontos. Partindo do princípio de se chamar as escolas de "arapucas", pergunto: a USP é arapuca? a PUC é arapuca? a Mackenzie é arapuca? a de Santos é arapuca? , e outras tantas que não citei aqui. Arapuca é esse exame,isso sim. O exame objetivo tem que ser aplicado com questões básicas não sujeitas, inclusive, a interpretações diferentes. o excessivo número de recursos que serão impetrados demonstra a estupidez dessa prova. Continuo insistindo que a 2ª prova é valida, desde que , não sujeita a uma conferencia manual inadequada. Muitos são reprovados por absoluta falta de conhecimento jurídico de quem corrige ou evidente desinteresse em que este ou aquele candidato seja aprovado. E tem mais uma coisa: o exame não pode ser confudido com concurso público. No concurso público você pleitea um salário, enquanto que a Oab não te dá nada, aliás tira. Tira esperança,oportunidade de trabalho,cidadania.Enquanto alguém ganhar dindim com esse exame, vai ser dificil exterminá-lo.

Anônimo,  27 de maio de 2009 às 17:32  

Quando se fala de arapura está se falando das instituições privadas. Para começar, para alguém ingressar na PUC e USp só passando no vestibular e, cá para nós, quem passa num vestibular da PUC e USP não é analfabeto e quase todos os bacharéis em direito são analfabetos funcionais.

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